Esqueça um pouco de ser bom no esporte

Artigo publicado em: Oct 21, 2022
Esqueça um pouco de ser bom no esporte
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Por Isabella Demari

 

Que o esporte traz benefícios indispensáveis para a saúde física a longo prazo, é indiscutível, mas já parou para pensar quais os ganhos de começar um esporte cedo na vida para o nosso desenvolvimento pessoal? A decisão de colocar um filho em alguma atividade física na infância já se tornou algo cultural, o que automaticamente se torna isento de questionamento. No texto hoje, vou analisar a minha trajetória e ressaltar tudo que me foi lapidado através de uma atividade física.

 
 

Sempre fui uma criança muito ativa, transitava por diversas áreas e consegui expandir diversas habilidades. Já fiz judô, handebol, futebol, ballet, jazz, street dance, muay thai, surf, skate, funcional, musculação, aula de tecido, bike, e por aí vai. Todos os esportes me ensinaram algo em comum: a gente nunca nasce sabendo. O primeiro passo é compreender o processo de ficar bom em algo (principalmente na era de imediatismo que estamos vivendo), isso significa que ser ruim em alguma coisa te ensina em como criar uma base sólida para permanecer consistente. O que isso significa? Não ter suas habilidades aprimoradas te treina a ser humilde para aceitar esse fato; determinado para saber onde se quer chegar; consistente, pois reconhece a importância de tentar todos os dias; paciente para saber a hora certa de colher o fruto; e a habilidade mais importante: saber se divertir.

 

Toda e qualquer atividade que você realiza e se conecta, será uma ferramenta muito poderosa de autoconhecimento. O esporte que mais me tocou até hoje foi o surf, não por ser boa, mas porque eu aprendi muito sobre mim. Eu, desde pequena assistia filmes de surf, vídeos absurdos que me deixavam encantada, mas o que eu tinha esquecido era o que havia por trás daquilo. Com isso, eu idealizei o meu processo através das telas o que obviamente, me rendeu muita frustração (mas calma que ela não acaba aqui haha). Nos esportes ao ar livre existe um fator determinante para um bom desempenho: a natureza: apesar de bela, é imprevisível e potencialmente perigosa.

 
 

Em minha experiência, o mar se tornou um mestre da vida para mim. Lidar com as forças da natureza é aprender a soltar o controle e aceitar as condições. Além disso, é aprender a lidar com o que se apresenta para você. Não existe espaço para o “e se” pois não é, e só isso que importa. O espaço que pode ser preenchido é: o que eu posso fazer com o que eu tenho agora?

 
Atente-se à grandeza que é viver aquilo que se está e não o que se quer, pois só se consegue o que se quer, aceitando aquilo que se faz presente.
 

Eu estava tão focada em ser boa que eu não me permitia errar e me divertir, e como sabemos, sem erro e tentativa não se evolui. Aos poucos fui parando de competir comigo mesma, e comecei a me permitir ser ruim, rir de mim mesma, de ser uma iniciante. A leveza e a disciplina andam lado a lado, não existe crescimento saudável com uma cobrança incessante. O divertimento torna-se o ingrediente essencial, pois sem ele a rigidez e a frustração se tornam tão grandes, que se perde o encanto e a fluidez que a vida te proporciona quando se caminha em equilíbrio. Permita-se viver, pois a vida é bem mais erros do que acertos.

 

A vida reserva seus tesouros, não para aqueles que são apenas exploradores, mas para aqueles que também são atentos.

 
 
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