Blog

Caminhada solo
  • Artigo publicado em:
  • Autor do artigo:Equipe Allcatrazes
  • Tag do artigo:Compartilhando Histórias
  • Contagem de comentários do artigo: 0
Caminhada solo
Por Catarina Glashester | 3 min de leitura Saí da aula de surf naquela manhã e tinha deixado meio combinado de encontrar um amigo na praia. Não somos muito bons de comunicação, só sabíamos que ele acabaria um treino de natação em Copacabana e que eu terminava a aula de surf quase no mesmo horário ali do lado, no Arpoador. Terminei a aula e peguei meu telefone pra tentar saber do itinerário dele, mas não consegui contato. Então decidi ir andando de uma praia até a outra para ver se o encontrava perto das barraquinhas daquelas equipes de natação e corrida.  Chegando lá, não lembrava qual a cor da barraquinha da assessoria dele, muito menos o nome. Dei uma olhada na minha mochila, vi que tinha esquecido o meu fone de ouvido em casa, que eram recém 9:30 da manhã e, pela primeira vez em muito tempo, percebi que eu não tinha absolutamente nada para fazer naquele momento. Ai, como a rotina nunca nos permite, comecei a caminhar sem rumo pela praia, solo, ouvindo os sons e observando as imagens que aquela manhã de sábado me proporcionara. Pode parecer completamente trivial, mas qual foi a última vez que, sem compromisso de horário ou de lugar para se estar, você caminhou sozinho, sem sequer ter objetivo de destino? Sentei ali mesmo sem canga nem toalha, me enchi de areia tal qual as crianças que faziam um castelinho na minha frente (coisa boa), tomei uma água de coco e, mesmo depois de uma hora surfando, fui tomada por uma vontade de entrar na água, mas dessa vez meu corpo pedia apenas para boiar.  Deixei a minha mochila com um casal que estava por ali com cadeiras e guarda sol e me fui, sem hora para voltar, pra dentro daquela água gelada, só deixando as ondas passarem por mim.  Perdi a noção do tempo. Depois descobri que meu amigo, ao não me achar, tinha ido pra casa. Quando finalmente conseguimos nos falar, ele me ligou pedindo desculpas e dizendo que tava voltando pra pegar uma praia comigo. A gente fica preso de tal maneira na correria do dia a dia que, mesmo quando poderia estar fazendo nada, raramente percebe isso. Disse a ele que não precisava se desculpar e o agradeci pelo nosso desencontro.
Saiba mais
O devaneio nos andes
  • Artigo publicado em:
  • Autor do artigo:Equipe Allcatrazes
  • Tag do artigo:Compartilhando Histórias
  • Contagem de comentários do artigo: 0
O devaneio nos andes
Por Greta Paz | 3 min de leitura O desconhecido sempre me fascinou. Eu gosto de pensar nas viagens que ainda não fiz, nos sabores que ainda não provei, nas zonas de desconforto que ainda não me coloquei. A viagem de uma semana para um trekking nos Andes é exatamente sobre isso - o querer o que eu nem sabia que desejava.  Muito jovem coloquei na minha cabeça que não gostava de acampar. Por conta do meu trabalho, também vivo o tempo todo conectada ao meu celular. Jamais imaginei ficar sem banho por cinco dias. Isso sem falar sobre a falta de um banheiro. Mas eu queria experimentar a sensação de total presença. Queria pensar no agora e em nada mais. Você já se colocou nesse lugar?  Cada tarefa cotidiana virou uma missão, exigindo pensar no agora. Para escovar os dentes, por exemplo, era preciso pegar água em alguma nascente de rio, colocar uma lanterna na cabeça, focar para não desperdiçar a água. Nada era feito no querido piloto automático. Essa sensação de presença somada às horas infinitas de caminhada trouxeram inúmeros aprendizados e vejo que ainda estou assimilando tudo o que essa experiência foi para mim. Nessa viagem, aprendi a escutar o silêncio que fala. Conheci melhor a dor e a delícia da minha própria companhia, apreciei os momentos de solidão e reflexão, e pude ouvir a minha própria voz interna. Ao fazer um trekking com várias adversidades, uma pergunta ia e voltava na minha cabeça: o que é essencial? No caminho, percebi que precisamos de bem menos do que imaginamos. A metáfora tinha total relação com a minha Allca, minha parceira de toda a viagem. Ela era essencial, mas muito do que tinha dentro dela, não. Se engana quem acha que viajar não é sobre colocar uma mochila nas costas e sair andando. Viajar é exatamente sobre isso: dar o primeiro passo em direção ao desconhecido. Num mundo em que nos colocamos mil barreiras para "as coisas que não sabemos" é lindo ver a entrega para o desconhecido. E agora? Bora colocar uma Allca nas costas para buscar o desconhecido? Espero que esse post tenha inspirado você. Como diz Zélia Duncan em uma de suas composições, que eu particularmente adoro: "benditas coisas que não sei". Confira mais abaixo os produtos que a Greta levou com ela!
Saiba mais
Sorte, azar e dúvida
  • Artigo publicado em:
  • Autor do artigo:Equipe Allcatrazes
  • Tag do artigo:Allcatrazes Convida
  • Contagem de comentários do artigo: 1
Sorte, azar e dúvida
Percebi que a dúvida é muito amiga do medo, da falta de confiança e da angústia. A dúvida é bem semelhante a uma prisão que eu mesmo muitas vezes construí para lá usufruir do meu medo, e principalmente da falta de confiança que eu tinha na minha capacidade de realizar o que o meu coração me mostrava. 
Saiba mais
É essencial ser pequeno várias vezes
  • Artigo publicado em:
  • Autor do artigo:Equipe Allcatrazes
  • Tag do artigo:Compartilhando Histórias
  • Contagem de comentários do artigo: 0
É essencial ser pequeno várias vezes
Por Isabella Demari   O eterno paradoxo entre: a expectativa de grandes vivências e a beleza das pequenas coisas     Existe um aspecto interessante a se observar no ser humano. Nós estamos sempre buscando grandes coisas, mas esquecemos que todas as grandes coisas são um conjunto de pequenas coisas. Quando visualizamos admiráveis realizações, normalmente esquecemos do que elas são compostas.   Em um mundo onde o sucesso é determinado pelo desfecho de algo, não damos o devido valor para a trajetória trilhada. Muitas vezes, o que mais absorvemos de uma experiência não é o que conquistamos, mas o que desenvolvemos através dela. E, é importante ressaltar que o segredo em sentir-se realizado não está distante, mas muitas vezes em detalhes que deixamos passar no dia a dia.     O que acontece quando estamos atentos e satisfeitos com a nossa rotina? Desfrutamos daquilo que escolhemos vivenciar todos os dias em prol do que gostaríamos de construir a longo prazo.   Não há necessidade do processo ser maçante, devemos sim sacrificar alguns hábitos, mas apenas o que nos distrai e que faz com que nós percamos o foco no objetivo. A famosa expressão “Enjoy the ride” (aproveite a jornada) é justamente sobre isso! Se aventurar em busca de um destino sem se concentrar apenas na linha de chegada. É durante a viagem, explorar novos horizontes, às vezes parar para contemplar, ajustar a rota e descobrir prazeres no percurso inteiro. A ideia é não ser tão rígido a ponto de não olhar para a beleza que existe no cotidiano, mas também não ser tão flexível a ponto de se deixar levar e abandonar as suas prioridades. Equilibrar-se para dar sentido à vida, e dar sentido ao que fazemos constantemente. Ao esperarmos por grandes momentos e realizações, criamos uma expectativa de alívio e mudança, e no momento que associamos grandes feitos a momentos específicos, jamais vamos conseguir colocar pequenas doses de grandes momentos no nosso cotidiano. Nós sabemos que a vida não espera. Trazer a beleza da vida para a rotina é essencial para desfrutarmos dela por inteiro, todos os dias.   Por onde começar?
Saiba mais
O que você faz com o seu medo?
  • Artigo publicado em:
  • Autor do artigo:Equipe Allcatrazes
  • Tag do artigo:Compartilhando Histórias
  • Contagem de comentários do artigo: 0
O que você faz com o seu medo?
Por Isabella Demari O medo é um estado emocional que surge em resposta da consciência perante uma situação de eventual perigo O medo, estará sempre presente em diversos momentos de nossas vidas. O real segredo é: O quanto deixamos o medo ocupar? Ele pode nos paralisar tanto quanto pode nos inspirar a nos desafiarmos. Existe aquele pequeno milésimo de segundo que nos questionamos: O que será que aconteceria se eu vencesse esse medo? E foi exatamente através desse pensamento que surgiu uma das melhores experiências da minha vida.   Para dar um pouco de contexto a história, eu sempre tive muito medo de tubarões. Assisti o famoso filme “Tubarão” quando tinha 6 anos e, desde então, comecei a pesquisar muito sobre para me safar de um possível ataque de tubarão. Ao longo do tempo fui ressignificando a minha perspectiva sobre eles,   acredito que quando trazemos o medo para algo real, é possível superar ele   o que também acabou me despertando um fascínio por esses animais. Com isso, tomei a iniciativa de fazer uma lista de todos os meus medos e coloquei em ordem qual eu teria mais facilidade de superar e foi literalmente assim, que...     O que me fazia não pensar nas piores coisas que poderiam acontecer era o meu entusiasmo em vencer meu medo. Era a consciência que eu tinha de que no momento que eu passasse por aquela experiência, algo dentro de mim seria desbloqueado. E o principal, que me fez ter segurança da minha escolha: meu coração dizia que era aquele caminho a seguir. Cheguei em Cape Town - África do Sul, peguei um transfer que se direcionava para a pequena cidade de Gansbaai, onde eu fiquei em uma casa com o resto dos voluntários. Desde o início, me senti muito bem recebida e acolhida, e durante a minha experiência de 3 semanas eram apenas mulheres se voluntariando. Nossa rotina normalmente era acordar às 5:30 da manhã, ajeitar os wetsuits e levá-los para o barco.   Depois tomávamos café da manhã e, dependendo do número de turistas que estariam a bordo, era determinado um número específico de voluntárias. Normalmente eram de 2-3 viagens por dia e nós intercalávamos. Na viagem, um biólogo marinho explicava tudo sobre os tubarões e cada passo que os membros da tripulação faziam. As voluntárias eram responsáveis por separar os wetsuits e a coletar dados dos tubarões (tamanho, gênero, se tinha alguma cicatriz e seu comportamento). Caso não tivesse viagens suficientes durante o dia, participávamos de outras atividades:     Nossa programação era corrida, mas valia a pena!   E sobre os tubarões?   Quando mergulhei na gaiola foi um mix de emoções, que no momento nem tem como descrever. A água era muito gelada, adrenalina rolando e, ao mesmo tempo, estava atenta ao que estava acontecendo fora da gaiola. Foi uma sensação indescritível e muito valiosa para o meu crescimento pessoal.   Como eu me sinto agora?   Pronta para a próxima! As minhas experiências de vida me movem e são minhas ferramentas de autoconhecimento. Superar esse medo tão profundo me deu coragem para enfrentar muitas coisas que eu julgava impossível. Eu procuro utilizar a vida para trazer analogias do meu inconsciente, então pra mim não foi só mergulhar com os tubarões, mas também mergulhar com meus medos, inseguranças, e com todas as emoções que a experiência me despertava. Nunca é sobre o externo, e olha que louco, né? Eu estava dentro de uma gaiola. Como vai ser quando eu juntar essas duas realidades? A meta agora é nadar sem a gaiola. Aguardem os próximos capítulos.    
Saiba mais